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Parcerias formadas

1 nov

O Fórum de Dança de Santos tem discutido quase que incansavelmente em todas as reuniões, as questões de ações imediatas que possam beneficiar a toda a classe artística da dança. Uma dessas ações foi conquistada prontamente em setembro, quando fora cedida uma das duas salas de dança do CAIS para que os grupos, cias e artistas pudessem dar continuidade aos seus projetos de pesquisa. Mesmo não existindo muitos horários disponíveis, essa primeira abertura que o fórum de dança conseguiu, já foi suficiente para que grupos importantes pudesse manter seus trabalhos, ainda não é o ideal, mas é suficiente por enquanto.

O Fórum de Dança de Santos esteve com o secretario de cultura Raul Christiano  nessa sexta dia 01, para discutir propostas e parcerias. Foi entregue em mãos dois documentos, dos quais estão descritos abaixo para que todos possam ter acesso as propostas que estão sendo discutidas durante todas as reuniões presenciais do fórum de dança. Vale lembrar que o documento na íntegra foi entregue para a à delegação municipal de cultura que representa as propostas da cidade de Santos para a cultura na Conferência Estadual de cultura:

(Documento resumido)

Sr. Secretário,

O Fórum de Dança da cidade de Santos é um movimento recente e embrionário, porém que só pode acontecer por haver terreno preparado para a arte da dança construído por décadas, que teve apogeu nas décadas de 80-90, por artistas da dança e instituições culturais locais.

Com intuito de dar forma a este desejo o fórum de dança se reúne no dia 29 de abril para sua primeira reunião em meio a uma vasta programação de dança realizada pelo Canal Oito de Dança, coletivo de arte residente da cidade. Na programação, assim como no fórum, o desejo de espaço para todas as danças. Neste evento do fórum já identificamos algumas inquietações da dança local. Uma delas e talvez a mais gritante – Onde está a dança? Onde está o público de dança? E onde está o espaço para as Outras Danças?Esta tríade talvez tenha regido muitos de nossos encontros e ambições como fórum. Estabelecemos o regimento interno. Mapeamos trajetos possíveis para um trabalho inicial de representatividade da dança local.  

Onde está a dança?

Lançou-se tal mapeamento há aproximadamente quatro meses, com o intuito de mapear e dar voz às necessidades reais de fomento à dança local. Ainda em processo de pesquisa, o fórum avalia que o formato digital estabelecido colabora e como o processo anda lento, tal mapeamento terá carácter permanente, mantendo-se aberto por tempo indeterminado, permitindo assim mapear inclusive as mutações que possam ocorrer neste cenário a médio e longo prazo. Foram cadastrados até agora: 6 grupos de dança, 8 Cias de Dança, 3 Coletivos e 5 Academias de dança.

Onde está o público de dança?

O raro público de dança está nas plateias de balé clássico ou nas manifestações populares como carnaval, samba, festas juninas etc. Está nas aulas de balé ou no máximo jazz, das academias. O público está no seu lugar de conforto. Temos poucas atividades voltadas ao pensamento de criação contemporânea – a não ser no SESC e neste ano algumas ações pontuais no CAIS. Não há a valorização de manifestações culturais populares locais. Estamos estacionados na estética de no máximo dois séculos atrás quando o balé reinava nos palcos de todo o mundo. Tendo sido uma cidade que recebeu figuras da representatividade de Isadora Duncan, Décio Stuart, Pagu, Plínio Marcos dentre tantos deveríamos seguir mais a vocação para a vanguarda das artes cênicas locais que se fez forte sobretudo no teatro até meados da década de 90.

Onde está o espaço para as outras danças?

Para o artista contemporâneo local hoje há somente um grande evento que o abarca: a bienal SESC de dança. Este papel vem sendo cumprido pelo SESC em ações de formação e ou criação compartilhada em que artistas locais são convidados a participar, no entanto a formação de “academia” não ajuda a libertar o artista.

Julgamos pertinente que a formação contínua do artista seja fomentada também por ações e programas da secretaria de cultura. Editais como o FACULT precisam ser valorizados, reestruturados e divulgados amplamente. O diálogo entre equipamentos culturais (teatros, CAIS, centros culturais, pinacoteca, Oficina Cultural Pagu, SESCs e escolas) assim como as diversas instituições que os gereciam – Secretaria municipal de cultura, Secretaria estadual de cultura, SESCs assim como aprofundar o diálogo entre secretarias – educação, cultura e saúde – são fundamentais ampliando a ação, o entendimento, os efeitos e o alcance do que seja cultura.

 1ª Proposta para o 1º semestre de 2014 (Janeiro – Junho)

Quintas com Dança: sugerimos uma pauta de encontros de dança na primeira semana e na última do mês às 18h, com cerca de 1 hora de duração, sempre no Teatro Guarani, devido a sua localização central como meio de acesso ao público leigo que passa no centro da cidade entre o fim do expediente de trabalho e a caminho de casa. O “happy hour” poderia incluir uma passagem num evento de dança, de caráter permanente. Quintas com dança se propõe a ser um espaço de criação e trocas entre artistas mas sobretudo entre público e artista. Um espaço de estudo, de improviso, de apresentação de um espetáculo, de uma aula aberta, enfim. Um espaço de diálogo aberto e troca de experiência e impressões a respeito do fazer artístico, do fruir a arte, da vida enfim. Tal evento necessita de verba de ajuda de custo aos grupos participantes, um técnico presente no teatro nos dias de evento, além de mediação da secretaria de cultura para que a programação não se interrompa. A continuidade de ações pequenas como esta são fundamentais na criação de um ambiente para o público. O fórum de dança se colocaria à disposição na administração e pauta desta programação bem como também na curadoria.

  2ª Proposta para o 1º semestre de 2014 (janeiro -junho)

O quinta com dança, pode ser incluído na agenda cultural das escolas públicas municipais, onde as mesmas agendem para um determinado mês a ida ao teatro Guarany para assistir a um espetáculo que estiver em cartaz, dentro desse projeto. Essa visitação das escolas poderia acontecer em um horário mais cedo somente para alunos da rede pública.

Cordialmente,

Forum de Dança da cidade de Santos.

Propostas Fórum de Dança de Santos (Documento na Íntegra)

O fórum de dança da cidade de Santos é um movimento recente e embrionário, porém que só pode acontecer por haver terreno preparado para a arte da dança construído por décadas, que teve apogeu na década de 80-90, por artistas da dança e instituições culturais locais.  Atualmente Santos recebe novos artistas a cada ano e os artistas locais tem seu ânimo renovado. Seja por seu novo momento como cidade (o pré-sal, petrobrás, copa do mundo, futebol, roteiro turístico etc) seja pelos esforços recentes dos últimos e do novo governo em fomentar de forma mais real e próxima as necessidades culturais da região. Vemos este novo movimento como uma reconstrução de redes que um dia já houveram. Novas, caras, novos discursos porém a mesma matéria – desejo de viver e expandir a arte e a cultura locais.

Com intuito de dar forma a este desejo o fórum de dança se reúne no dia 29 de abril para sua primeira reunião em meio a uma vasta programação de dança realizada pelo Canal Oito de Dança, coletivo de arte residente da cidade. Na programação, assim como no fórum, o desejo de espaço para todas as danças. Neste evento/ encontro do fórum já identificamos algumas inquietações da dança local. Uma delas e talvez a mais gritante – Onde está a dança? Onde está o público de dança? E onde está o espaço para as Outras Danças?

Esta tríade talvez tenha regido muitos de nossos encontros e ambições como fórum. Estabelecemos o regimento interno. Mapeamos trajetos possíveis para um trabalho inicial de representatividade da dança local. Segue abaixo um resumo deste percurso inicial assim como propostas de políticas públicas para a dança local.

Onde está a dança?

Mapeamento de artistas, grupos e produtores culturais locais que trabalham com dança na cidade.

Lançou-se tal mapeamento há aproximadamente 4 meses, com o intuito de mapear e dar voz às necessidades reais de fomento à dança local. Ainda em processo de pesquisa, o fórum avalia que o formato digital estabelecido colabora e como o processo anda lento, tal mapeamento terá carácter permanente, mantendo-se aberto por tempo indeterminado, permitindo assim mapear inclusive as mutações que possam ocorrer neste cenário a médio e longo prazo. No entanto temos em nosso cadastro um resultado relevante e que nos interessa: apontou-se novas cias de dança de pesquisa com perfil contemporâneo de produção. Trata-se de uma minoria que marca sua presença no fórum e mostra suas necessidades de sobrevivência. Dentre cias de dança contemporânea e dança de rua de pesquisa são ao todo cerca de 8 grupos de pesquisa. Além destes, que englobam cerca de 5 artistas cada, somam-se outros artistas locais que flutuam entre produções e eventos voltados à dança contemporânea sazonais – Bienal de SESC de dança. Apesar de termos listadas todas as academias de dança e corpos estáveis da prefeitura nenhum destes se colocou como artista e se inscreveu neste mapeamento. Aguardamos este posicionamento pois uma resposta como esta pode ser determinante para sabermos quem de fato representamos: neste momentos representamos os artistas que se inscreveram neste mapeamento e / ou tem participado de forma ativa do fórum de forma virtual (página facebook/blog) e/ou presencial nas suas reuniões quinzenais.

Núcleos de dança contemporânea ou que fazem pesquisa dentro das questões voltadas ao mundo contemporâneo:

CIA ETRA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA

LOS FRIDOS

OS QUINTOS

COLETIVO SIM

GRUPO PATAPALO

R&C – GRUPO RAY SANTOS E CIA

LABORATÓRIO DE PESQUISA E INVESTIGAÇÃO CORPORAL

Corpos estáveis de dança:

ESCOLA DE BAILADO DE SANTOS

BALÉ DA CIDADE DE SANTOS

ESCOLA LIVRE DE DANÇA

CENTRO COREGRÁFICO

Participantes ativos do Fórum:

Dentre todas as reuniões presenciais realizadas de abril a outubro desse ano corrente, a quantidade de pessoas varia entre 12 a 15 pessoas.

Participantes  que visualizam, curtem e deixam comentários na página do fórum de dança no facebook até outubro foram aproximadamente 130 pessoas que não são só da cidade de Santos mais de todo o lugar do Brasil.

 Onde está o público de dança?

O raro público de dança está nas plateias de balé clássico ou nas manifestações populares como carnaval, samba, festas juninas etc. Está nas aulas de balé ou no máximo jazz, das academias. O público está no seu lugar de conforto. Não há atividades voltadas ao pensamento de criação contemporânea – a não ser o SESC e neste ano algumas ações pontuais no CAIS. Não há a valorização de manifestações culturais populares locais. Estamos estacionados na estética de no máximo 2 séculos atrás quando o balé reinava nos palcos de todo o mundo. Tendo sido uma cidade que recebeu figuras da representatividade de Isadora Duncan, Pagu, Plínio Marcos dentre tantos deveríamos observar mais a vocação para a vanguarda das artes cênicas locais que se fez forte sobretudo no teatro até meados da década de 90.

Sugerimos portanto programas de formação em arte cênica contemporânea em equipamentos teatrais da cidade: CAIS, teatros, bibliotecas, escolas etc. Que tais locais abriguem oficinas continuas de formação em arte contemporânea – não só dança, mas sobretudo as integradas, em se tratando de um conceito básico da arte contemporânea – as fronteiras borradas entre as diversas linguagens artísticas. Importante ressaltar que este programa fortalece a formação de público assim como incentiva o artista pesquisador a desdobrar e desenvolver sua pesquisa de forma íntima com o público – no contato direto. A função do educador se mistura à do artista. Cumprimos triplamente a intenção de formar público, mercado de trabalho e ambiente de pesquisa para o artista local.

Detalhamento de propostas:

Proposta 1.

Implantação de Núcleo de Ação Educativa em teatro municipal como equipamento de artes cênicas e dança.  Um pólo ativo de atividades educativas é capaz de potencializar a fruição e a compreensão das obras apresentadas ao público, cada vez mais amplo. Desejamos um educativo especialmente voltado à dança.

Assim, os objetivos do Núcleo de Ação Educativa deverão estar voltados a desenvolver ações educativas a partir das obras apresentadas, promover a qualidade da experiência do público no contato com as obras, garantir a ampla acessibilidade ao museu, além de incluir aquelas pessoas que habitualmente não são frequentadoras, e incentivá-las à visitação.
Para acessar modelos possíveis de núcleos de ação educativa veja:

http://spcd.com.br/palestra_com_professor.php

http://www.masp.art.br/masp2010/servicoeducativo_sobre.php

http://www.osesp.art.br/portal/paginadinamica.aspx?pagina=descubraaorquestra

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/teatromunicipal/projetos_gratuitos/index.php?p=3363

Proposta 2.

Seguindo os moldes do Programa de Iniciação Artística – PIÁ desenvolvido na cidade de São Paulo, que por sua vez segue modelo de realização da reconhecida EMIA – Escola Municipal de Iniciação Artística, trata-se de uma proposta de núcleos de formação em arte contemporânea para crianças no contra turno da escola. Os artistas atuam em duplas, trios ou quartetos de diferentes linguagens e a dança seria uma delas. Assim como em São Paulo este pólos ocorrem nos CEUS e bibliotecas da cidade, sugerimos que este projeto piloto inicialmente fosse desenvolvido nas duas unidades do CAIS. Para mais informações: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/dec/formacao/iniciacao_artistica/

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/dec/formacao/index.php?p=8465

Proposta 3.

Sugerimos parcerias entre secretaria de cultura e educação seguindo modelo de tantas municipalidades como São Paulo e Paris por exemplo que fomentam residências artísticas dentro de escolas e podemos ver esforços no âmbito federal dando exemplo em editais como Mais cultura nas escolas. O artista reside dentro da escola na criação de trabalhos artísticos. Seu modo de produção desta forma vai além do professor de sala, inclusive do professor de arte. O objetivo maior é a criação e reflexão da arte contemporânea e tradicional local. Para mais informações:

http://www.funarte.gov.br/funarte/mais-cultura-nas-escolas-pode-beneficiar-cerca-de-34-mil-escolas/

Proposta 4.

Quintas com Dança: sugerimos uma pauta de encontros semanais de dança às 18h, com no máximo 1h de duração, sempre no teatro guarani, devido a sua localização central como meio de acesso ao público leigo que passa no centro da cidade entre o fim do expediente de trabalho e a caminho de casa. O happy hour poderia incluir uma passagem num evento de dança, de caráter permanente. Quintas com dança se propõe a ser um espaço de criação e trocas entre artistas mas sobretudo entre público e artista. Um espaço de estudo, de improviso, de apresentação de um espetáculo, de uma aula aberta, enfim. Um espaço de diálogo aberto e troca de experiência e impressões a respeito do fazer artístico, do fruir a arte, da vida enfim. Tal evento necessita de verba de ajuda de custo aos grupos participantes, além de mediação da secretaria de cultura para que a programação não se interrompa. A continuidade de ações pequenas como esta são fundamentais na criação de um ambiente para o público. O fórum de dança se colocaria à disposição na administração e pauta desta programação.

http://www.dragaodomar.org.br/materias.php?pg=quintaComDanca

Onde está o espaço para as outras danças?

Para o artista contemporâneo local hoje há somente um grande evento que o abarca: a bienal SESC de dança. No entanto não o abarca de fato. Somente na nomenclatura. Pois com dificuldade a produção local pode se inserir numa programação de nível internacional que é a que se propõe o SESC. No entanto a produção local existe. Como dialogar, fomentar, incentivar a formação profissional de artistas para que estes se vejam, se reconheçam em eventos deste tipo? Este papel vem sendo cumprido pelo SESC em ações de formação e ou criação compartilhada em que artistas locais são convidados a participar, no entanto a formação de “academia” não ajuda a libertar o artista.

Julgamos pertinente que a formação contínua do artista seja fomentada também por ações e programas da secretaria de cultura. Editais como o FACULT precisam ser valorizados, reestruturados e divulgados amplamente a fim de que este aspecto seja sanado. O diálogo entre equipamentos culturais (teatros, CAIS, centros culturais, pinacoteca, Oficina Cultural Pagu, SESCs e escolas) assim como as diversas instituições que os gereciam – Secretaria municipal de cultura, secretaria estadual de cultura, SESCs assim como aprofundar o diálogo entre secretarias – educação, cultura e saúde – são fundamentais ampliando a ação, o entendimento, os efeitos e o alcance do que seja cultura.

REVISÃO DO FACULT

  1. É preciso que o edital seja segmentado e definido por grandes áreas por exemplo: teatro, dança, música, artes visuais, literatura, artes digitais, artes populares etc. É preciso observar dentro dele e de suas áreas quais manifestações artísticas necessitam de fomento segundo a lógica do mercado de arte: quais manifestações tem mais dificuldade de sustentação no mercado? Menos público? Menos acesso? Quais são mais raras e/ ou tradicionais ou estão acabando por falta de incentivo? Quais propõe desdobramentos e contato real com o público = ações de formação de público? São estas que deverão ter prioridade em serem contempladas pelo fomento e não as artes já estabelecidas e que já tem público e verba destinada a elas.
  2. Aumento de verba para cada área e aprovação de projetos por estudo de orçamento de proposta, abolindo a ideia de que há um valor fixo para todo e qualquer projeto apresentado à comissão. Existiria um valor máximo dedicado ao fomento de cada área e um número mínimo de projetos a serem aprovados.
  3. Exigimos que haja comissões de seleção específicas para cada área de conhecimento e que dentro das comissões haja um membro eleito pela classe.
  4. É preciso que a secretaria de cultura dê suporte à continuação do trabalho fomentado, por meio de por exemplo:

–      Suporte na produção da obra: que artistas contemplados pelo edital tenham acesso e/ ou prioridade de acesso a espaços culturais para estudo e produção da obra seja em horários ociosos que todo equipamento tem – hora de almoço, segundas-feiras etc; seja criando este espaço fundamental no suporte ao artista que não possui espaço próprio;

–      criação de circuitos de difusão destas obras e artistas dentro da cidade e seus equipamentos culturais assim como em rede estabelecida em parceria com cidades vizinhas – Cubatão, Guarujá, Praia Grande, São Vicente, Bertioga, São Sebastião, e cidades do Vale do Ribeira – dando visibilidade à produção cultural local e investindo na formação de uma rede de cultura regional.